quarta-feira, 23 de maio de 2012

Policiamento comunitário é aprovado por moradores do Porto Meira





A Guarda Municipal de Foz do Iguaçu completou 18 anos no mês passado. A maioridade da GM chegou acompanhada de um novo conceito sobre segurança pública. Desde a implantação do policiamento comunitário, em 2009, os temas segurança pública e cidadania estão diretamente relacionados. Com uma metodologia de atuação diferente do trabalho de policiamento convencional.
Segundo a Corregedoria da GM, de abril a dezembro de 2007 contabilizou 212 disparos de arma de fogo. Três por imprudência. De 2008 a 20011 o número caiu para 144. Desses, apenas um disparo por imprudência no ano de 2008. Os quatro procedimentos desencadearam processos administrativos. O trabalho da Corregedoria indica que, mesmo tendo sido ampliada a atuação da Guarda Municipal no combate ao crime e com a aquisição de novas armas com munição não letal, os gm´s são considerados agentes de segurança que fazem uso responsável de arma de fogo.
Com homens treinados e equipados para enfrentar qualquer situação, a Guarda Municipal é referência nacional no enfrentamento da violência. “A demonstração de força é para não usar arma. Uma abordagem correta dispensa o uso da força”. Esse é o lema da GM que, distribuída em doze regiões da cidade, rompeu há muito tempo o padrão de policiamento exclusivamente ostensivo, que amedronta e pontua estatísticas de crimes contra a população.
Guardas municipais fazem partos, atenuam conflitos domésticos,  orientam o trânsito em saída de escolas e combatem crimes. Na Região do Porto Meira, por exemplo, uma das mais populosas da cidade, os guardas municipais são, de acordo com os moradores, a principal referência de segurança e de apoio nos problemas do dia-a-dia.
Na semana passada, a equipe que atua na região solicitou apoio do Grupo Tático de Apoio (GTA) e da guarnição da Vila Carimã, para uma operação de saturação nos bairros que fazem parte do grande Porto Meira. A operação foi realizada em atendimento a reiteradas solicitações dos moradores. Ninguém foi preso naquela noite. Mas bastaram algumas horas de averiguação, para que populares informassem sobre um ponto de venda de drogas no bairro. Na noite seguinte, sábado, dia 19, o ponto foi estourado e uma mulher presa com drogas prontas para serem comercializadas.
A região é um pouco diferente de outras da cidade. “No Porto Meira”, explica o coordenador da equipe, Alonso da Silva. “Os crimes, normalmente, estão relacionados com o tráfico de drogas. Por isso, é preciso ficar de olhos abertos e manter uma relação mais pessoal com a comunidade. Isso possibilita a identificação dos criminosos e facilita o trabalho preventivo”.
Cidadania - Agindo ostensivamente ou de forma preventiva, os gm´s que trabalham naquela região assumiram efetivamente o papel de polícia comunitária. “Chamamos os guardas em qualquer situação. Como no dia em que o gato subiu na árvore e não quis descer, se um cavalo está solto na rua, ou se um filho não quer ir para escola. Aqui é assim, para tudo chamamos os meninos da Guarda Municipal. Eles são nossos anjos da guarda”.
A declaração acima foi feita pelo aposentado Teodoro dos Santos, morador do Jardim das Flores há 35 anos. Seo Teodoro complementou, “Qualquer pessoas aqui do bairro conhece o trabalho da GM. Todos, de uma forma ou de outra, já precisaram deles. Eles dão até aula de música pra piazada”.
A equipe é dividida em quatro guarnições que atendem 34 bairros da grande Porto Meira. Ao todo, são nove guardas municipais que se dividem em quatro turnos, para atender toda a região. A maioria dos servidores mora no bairro, alguns, antes mesmo de fazerem parte da corporação.
“Conhecemos os moradores por nome”, disse o guarda Sá, que também vive na região. Para eles, o termo “fazer parte da comunidade”, vai além de atender ocorrências, guardar os bens públicos ou coibir crimes na região. “Essa é uma região de gente do bem”, avalia o guarda.
“Quando falamos fazer parte da comunidade, pode-se entender literalmente”, relata o guarda Centurion, que também inclui a equipe. “Esta é uma região diferente das outras. Os crimes que ocorrem aqui têm relação com entorpecentes e crimes contra a vida”. Os segundos, quase sempre, sendo consequência direta dos primeiros.
“Há muitos jovens precisando de ajuda e de orientação. Assim a gente estabelece uma relação com a comunidade quase que pessoal”, emendou o companheiro de equipe, Alonson. “Muitas vezes deparamos com adolescentes e até mesmo crianças usando drogas. A gente tem que se cuidar para não deixar que o emocional interfira no nosso trabalho. Aconselhamos, procuramos entrar em contato com a família e sempre que possível, encaminhamos para tratamento”, relatou.
A coordenadora da Comunidade Terapêutica Esperança em Cristo resume bem o papel da Guarda Municipal na região. “Eles são nosso braço direito”, diz irmã Zélia. “Frequentemente trazem dependentes para tratamento. São eles que nos socorrem quando precisamos de ajuda. Sem os guardas municipais nos apoiando, as nossas dificuldades seriam maiores ainda”, finaliza a religiosa.
A Guarda Comunitária - Valmir, Custódio, Rocha, Balem, Jeferson, Souny, Alonso, Centurion, Sá e Lidório, como se identificam esses profissionais, são assim que os guardas municipais que trabalham na região. Enquanto oito cuidam da segurança nas ruas, o gm Lidório há 35 anos morando na região, dá aula de musica para crianças e adolescentes. O Canto que Encanta existe há dez anos. No bairro ele funciona no Centro de Convivência Bubas.
Lidório tem 80 alunos, que encantam os iguaçuenses onde se apresentam. “Isso é segurança com cidadania”, disse o professor. “Para fazer parte do programa tem que ter boas notas e bom comportamento. Enquanto aprendem música, deixam de fazer coisas erradas. Procuramos ocupar o tempo desses meninos, preparando os mesmos para a vida adulta, integrados na sociedade”, conclui.

fonte/fotos agencia municipal de noticias   www.fozdoiguacu.pr.gov.br 

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